Angelique e suas Facetas

A história de Angelique e suas muitas facetas...

A pequena Suzy


Em algum lugar da casa tocava uma música que dizia assim:

"Bem, espero que não me apaixonar por você
Porque a queda no amor só me faz azul,
Bem a música toca e você mostrar o seu coração para mim ver,
Eu tinha uma cerveja e agora eu ouvi você me chamar para fora para
E espero que não me apaixonar por você.

Bem, a sala é lotada e não há pessoas em todos os lugares
E eu estava pensando, devo oferecer-lhe uma cadeira?
Bem, se você sentar-se com este velho palhaço, ter que olhar severo e quebrá-lo,
Antes da noite ir embora, penso que poderíamos fazer isso,
E espero que não me apaixonar por você.

E eu espero que você não se apaixonar por mim ..."


Suzy a cantava com o coração, não queria se apaixonar por ele... Mas já estava gostando dele, ela estava cansada, queria ir a algum lugar, mas não existia esse lugar, só queria ficar pertinho dele, senti o perfume e o calor da pele... Ela só queria se sentir bem.


Olhava para as paredes desbotadas, pensava e pensava, deveria esperar uma posição ou deveria agir? "Deveria ficar ou deveria ir?" Dar tempo ao tempo... Não aguentava mais fazer isso, já havia feito antes várias e várias vezes, nenhuma delas adiantou... "Nunca adianta, sempre acabo ferida" pensava Suzy. Seus únicos amigos eram seus livros e seu computador.


Ela suspirava, pensava loucuras e sempre que fazia isso olhava para o seu braço, estava completamente marcado, suas unhas grandes causaram um certo estrago nele, grandes vergões saltados e vermelhos, pequenos pontos de sangue... Pontos que ela queria que aumentassem, que sangrassem e assim levassem a dor com o sangue. Suzy só queria poder fechar os olhos e acordar daquele pesadelo de dor onde havia se metido, se metido sem a mínima consciência, ela apenas havia saído com uma cara que ela achou interessante e agora estava sofrendo mais uma vez.


"Espero que ele goste de mim também... Ele é... Especial" dizia a si mesma, enquanto andava pelo seu quarto, tentando arrumar. O inceno que acenderá estava chegano ao fim, o cheiro a deixava num estado de leveza e ao mesmo tempo ainda tinha os pés no chão, aliviava a sua dor, mas não completamente. Queria correr, queria chorar, queria ele, queria morrer. Não, morrer não era uma solução, isso poderia ser apenas uma crise passageira... Ou não...


A mente de Suzy era um turbilhão, ouvia reclamações todos os dias, ouvia coisas boas de alguém, existia ele e existia outro... Não tinha onde ir, o único local que podia ficar era em casa e ela não queria ficar nela... A música havia mudado várias vezes e ela nem havia notado Agora dizia que o amor iria os separar de novo... Love will tear us apart again...


Queria perguntar tudo, mas hesitava, tinha medo... Medo de ser invasiva demias e de ouvir o que não quer.


Chegava, agora, aos seus ouvidos as seguintes palavras:
"
Venha mais perto e veja
Olhe nas árvores
Procure a garota
Enquanto você pode
Venha mais perto e veja
Veja na escuridão
Apenas siga seus olhos
Apenas siga seus olhos
Eu ouço a voz dela
Chamando meu nome
O som é profundo
Na escuridão
Eu ouço a voz dela
E começo a correr
Para dentro das árvores
Para dentro das árvores
Para dentro das árvores
De repente eu paro
Mas eu sei que é muito tarde
Eu estou perdido na floresta
Totalmente sozinho
A garota nunca esteve lá
É sempre a mesma coisa
Estou correndo para o nada
De novo e de novo e de novo e de novo"


E ela adormeceu em sua cama bagunçada, exausta de tanta dor e pensamentos...

Carta a Ninguém


Lugar Nenhum, um dia qualquer.

Apenas leia, não emita nenhuma opinião (ainda)

As pessoas me perguntam porque penso tanto, porque me preocupo tanto com os outros... Sinceramente, não sei. Penso muito pois é da minha natureza, pensar faz com que eu me sinta bem, faz com que eu seja eu. Já me preocupar, deve vim da minha carência, da necessidade de alguém junto comigo, e, creio, que me preocupando com outra pessoas, ela fará o mesmo comigo... Talvez, isso, se pura ilusão minha... Mas eu já nem me importo mais com minhas ilusões, elas têm me salvado tanto de uma realidade burra.
Sabe, ando cansada de receber reclamações por algo que não tenho culpa, por ligar para alguém de quem gosto e alguém não gosta. Peço que alguém me dê um tiro na cabeça e me poupe de toda essa ladainha que já conheço e não tenho a mínima culpa.
Também ando cansada de me sentir só, de todos os dias me deitar na cama e spo ter um bicho de pelúcia como compania, sinto falta de um abraço, de um afago, de uma palavra amiga... Uma vez que você experimenta essas sensações não quer mais parar de senti-las. Não quero ser trocada novamente, não quero nada sério, agora, mas, também não quero ficar só... Já passei muito tempo só e sei o que digo.
Sinto muito medo, medo de ser trocada por alguém que não é nem um terço do que sou, medo de ser, novamente, uma bonequinha que você usa e joga fora, de ser, mais uma vez, um pedaço de carne, medo de causar problemas a pessoa que está comigo, medo de me apaixonar e me machucar de novo.
Estou ficando com um cara que disse que não sabe se nos veremos essa semana porque está com a cabeça cheia... Eles diz que não é nada comigo e que isso foi por conta de uma conversa que ele teve com uma velha amiga... Eu sei que o decepcionei (apesar das pessoas dizerem que não) e decepcionei a mim. Gosto de ficar com ele, é uma sensação boa e ele é o primeiro cara que topo me entregar depois do fim do meu namoro. Primeiro cara real, pois existe um virtual, mas parece-me que esse enlouqueceu. Ele disse que não o quero e que o enrrolo pelo simples fato de não ter ido atrás dele, de não ter tirado, sabese lá Deus de onde, 400 reias para pagar a minha passagem para encontra-lo... Mas a mim, ele não vem ver... A mim ninguém quer... Ninguém realmente quer. Querem só o corpo e o que aparenta ser... Mas não querem a essência.
Esta é minha confissão e aque estou eu, sentada em um banco competamente só, tentando matar o tempo, esperando ele ligar e dizer que tudo passou e que quer me ver... Essa é a minha confissão e ficarei, como sempre, esperando alguém que venha me salvar da minha solidão e esse alguém não precisa de armadura, espada e um cavalo para fazer isso, basta apenas sentar ao meu lado, sorrir e conversar comigo... Apenas ser a pessoa...

Amanda

Teu cheiro na minha pele


Sentia-se decepcionada por ter decepicionado outra pessoa... Não estava estampado na cara de Mel, mas era o que ela sentia por dentro... Mesmo assim não queria tirar o cheiro daquele homem da sua pele, como sempre fazia com os outros, algo nele tocava ela, seria o sentimento de vida? Ou seria a junção das duas carências? Ou, ainda, o fato dela sentir que podia fazer algo por ele que nenhuma outra garota fez? Não sabia, só sabia que não iria tirar aquele cheiro a pele tão cedo.

Ele parecia gostar dela e não ter ficado triste pela decepção, mas no fundo ela sabia que ele não havia gostado dos planos não terem saído como queriam. Como ambos queria, sempre lembrava ela. Apesar da aparência de durão, algo nele a tocava, não sabia o que era, se eram os olhos pequenos e desconfiados, o estresse eminente no seu rosto ou um conjunto de tudo. "O que será?" pensava e pensava Mel... "Deve ser esse sentimento de está vida e acalmando ele ao mesmo tempo" concluía depois de suas reflexões.

Após alguns longos negros anos, ela voltou a se relacionar com outros caras, nesse meio tempo, entregou-se aos livros e estudo... Havia uma frase de um dos livros que gostava que dizia assim:
"A gente pode se perder andando às apalpadelas entre as formas do passado. É assustador o que temos de coisas e de pessoas que não se mexem mais no nosso passado. Os vivos que perdemos nas criptas do tempo dormem tão bem com os mortos que uma mesma sombra já os confunde.
Não sabemos mais quem despertar, ao envelhecermos, se os vivos ou os mortos."
Isso ocorria tando na vida dela que ela já não ligava mais se estava viva ou morta... Até que ele apareceu.

Chegou de mansinho, foi apresentado a ela e puxou conversa, ela deu corda... Rolou um "química" entre eles e depois disso não se desgrudaram, mas agroa ela sentia-se triste pois havia decepcionado ele. Mesmo com isso, ele foi gentil com ela, a abraçou, disso que estava tudo bem e que no outro dia iriam se ver novamente... Mas ela sentia que ele estava decepcionado e lhe causava dor.

Ela estava curtindo estar com ele, ficar junto com ele, sentir o cheiro dele, sentir o toque dele... Não iria tirar o cheiro daquele homem da pele dela nem tão cedo essa noite...

"Minha felicidade é a sua felicidade"


Jolene abriu os olhos naquela manhã que não se decidia se era chuvosa ou ensolarada. Estava normal, nem triste e nem feliz; porém se sentia bem, fazia muitos meses que não se senia daquela maneira. Ficou assustada, achava que algo iria dá errado, mas, mesmo assim, continuou!

Não queria passar o resto do dia em casa, estava decidida sair com um "amigo" após a faculdade, iria acompanhada, exigência paterna, mas iria livrar-se da compania e aproveitaria um tempo com ele. Gostava do papo dele, do estilo dele, gostava dele... Não estava pensando em algo a mais, mas se rolasse não iria negar-se a aproveitar.

Não queria, também, ver as aulas, mandou uma mensagem para ele e teve o silêncio como resposta, não ligou... Ele deveria está longe do celular ou ocupado. Esperou, um pouco de raiva brotou no seu coração, sentimento que estava acostumando-se a sentir, por esse motivo nem deu muita importância a ele. As horas passavam-se e nada de resposta... Estava desistindo. Desistindo dele e não de sair de casa.

Acabaram suas aulas, as quais não havia prestado atenção, e ela foi para casa ainda esperando. Foi recebida com reclamações da sua mãe, a raiva aumentava... Pegou seu celular e discou para seu acompanhante, ele pediu para que ela o encontrasse perto de casa e la se lançou Jolene após seu almoço. Disse a si mesma que iria ligar p seu "amigo" quando chegasse no seu destino.

Ela se sentia superior por ter vários homens ao seus pés, havia contado a suas colegas de faculdade, as matando de inveja. Elas queriam fotos e ela enviaria, era só uma questão de tempo. Eles estavam aos seus pés... Havia, até, esquecido do seu ex, ou pelo menos o via com outros olhos. Jolene era poderosa ou gostava de pensar assim, se sentia bem sendo isso.

Encontrou com seu acompanhante, andaram um pouco, conversaram e pegaram o ônibus. A conversa corria solta, mas ela queria mesmo chegar no destino dela e ligar para o outro e chama-lo. O fez assim que chegaram, o telefone chamou, chamou e nada. Desistiu, quano ele visse iria ligar para ela... Acreditava nisso.

Voltaram para casa, com seu acompanhante dando indiretas a ela... Não o queria, tinha ficado meio triste por não ter encontrado o outro, mas sabia que poderia mais e mais....

Estava desligada no seu computador até seu celular tocar... Era o toque do ex de Jolene, assustada foi atender. Do outro lado da linha ouviu uma voz alegre que, por mais esqueisito que parecesse, a deixou feliz. Conversaram bastante e ela ficou animada.

Ele havia lembrado-se dela, ele sentia algo por ela ainda, a via como amiga e isso a deixou feliz, ela estava explodindo que nem as reclamações da mãe a importunavam... Ele havia lembrad- dela, ele havia ligado para ela para dividir uma alegria e disse que não ligava mais vezes porque sabia que ela tinha outro e queria que ela passasse mais tempo com ele.

Ela estava feliz, pela primeira vez em meses, estava feliz. Ficou feliz pela felicidade dele... Em meses, Jolene sorriu por dentro e por fora.

Loba na pele de cordeiro


Esperava e esperava. Essa era a rotina de Lili, esperava que sua presa desse um passo em falso e ela atacaria. Era um lobo na pele de um cordeiro... Bela, inteligente e calculista, tudos os ingredientes para ser uma sociopata em potêncial, dizia um amigo que era seu ex.

"Nunca mais serei um pedaço de carne como fui no passado!" esse era seu grito de guerra... Seduzia todos os homens que passavam na sua frente ou que entravam na sua vida, usava e jogava fora. Seu amigo mais próximo a dizia q ela o lembrava uma música... Nunca dizia o título a ela, deixando ela descobrir por si.

Era uma loba, isso não podia negar. As vezes parecia uma aranha, "você agarra, você mata e você come, é isso que uma boa aranha faz", dizia um música que adorava cantarolar. Agarrava os homens, os fazia babar, depois os matava e saciava a sua fome com a dor que causava. "Sádica sem coração", era chamada assim constantemente, ela já nem ligava, era mesmo.

Curtia a ideia de não se apegar, havia cometido esse erro uma vez e tinha se machucado. Talvez aquilo que fazia era sua proteção, numa tentativa de evitar o seu sofrimento. Mas, adorava ver alguém sofrendo por ela, messageava o ego, a fazia rir. Deliciava-se vendo aquilo... "Sou suprema" dizia sempre.

Achou a vítima perfeita numa terça a tarde. Ele parecia que estava caído por ela, só precisava um deslize e ela atacaria... O deslize não ocorreu, o celular de Lili tocou na hora errada e ela teve que ir, mas ficou uma promessa de se verem novamente. Isso aconteceria em breve... O mais breve possível.

Poucos dias depois, ela o ligou e o chamou para sair. Ele aceitou gentilmente e se encontraram em uma praça perto da casa dela... Lá se foi Lili, a devoradora de homens, mas ele não sabia disso...

Aquetai-vos e lembraí


No segundo banco da Igreja vazia se encontrava Judy. Não era de ir a missa, mas neste dia foi pois havia rido da desgraça de outra pessoa, desgraça essa que não foi confirmada e nem sabia se seria. Apesar de não se sentir má, foi mesmo assim, ela sabia que isso iria acontecer uma hora ou outra e que ela entraria na dança. Ela queria rir desdenhosamente, mesmo se aquilo não fosse verdade.

Ela controlava seu repentino bom humor, "devo ser a pior pessoa do mundo... Tô pouco me lixando, vou para o inferno mesmo" pensava enquando esperava a missa começar, conversava com suas tias que estavam junto a ela, falava coisas sobre o igreja onde estavam, mas volta e meia seu pensamento voltava a "desgraça" não confirmada. Infelizmente não podia dividir isso com ninguém, além de Deus, mas dividiu com uma amiga bruxa, assim como ela. O interessante era que ela havia comentado algo com seu melhor amigo naquela manhã, "o poder da palavra é impressionante" pensava.

A missa começou e ela aquetou-se, foi prestar atenção ao que o padre dizia e aos hinos entoados pelo coral desordenado. Sua mãe queria que ela fosse cantar também, mas Judy não ia cantar nem que a pagassem. O padre falava algumas coisas certas e outras que ela duvidava, mas, quem era ela, que ria de uma infelicidade aleia, para criticar?

Ela sentia que Deus queria mandar uma mensagem para ela. Todos os dias, enquanto voltava da faculdade, via um carro com a frase adesivada no seu vidro traseiro: "
Aqueitai-vos e sabeis que sou Deus"... Sempre, sempre, sempre... Era impressionante! E não era de hoje que ela se sentia observada por essa frase, ela havia desaparecido a uns tempos e voltado com toda força. Mas o que Deus queria dizer??

Uma música havia a trazido de volta a missa, ela dizia que não era nada e do pó havia nascido, mas Ele a ama e morreu por ela e diante da cruz ela só podia dizer que era Dele. Não entendia por qual razão isso havia chamado a atenção dela, mas desviava o pensamento dela para o fator que a levou a missa. Havia resolvido que, depois de aproximadamente quatro anos, voltaria a comungar, a receber o corpo de Deus... Ela queria isso e ficava feliz por Ele a aceita-lá mesmo sabendo que não era católica.

Judy era uma bruxa poderosa, e não sabia disso até aquele momento. Havia descoberto, por acaso, que podia "hipinotizar" alguém com os olhos, mesmo que fosse via uma webcam e que conquistava todos com um sorriso. Também havia descoberto que estava cercada de pessoas que gostavam dela, viu quando havia passado mal e ficado na sala de repouso do ambulatório da faculdade.

Acabou a missa e ela voltou para casa e junto voltou o pensamento. Quando viu novamente aquilo que a deixou rindo que nem uma louca com um pequeno acréscimo, que ela não acreditava, queria rir mais. Para ela, aquilo soava como uma grande piada, agora seria só um passo para a continuação do plano dela. Plano assim por falar, pois ele não existia.

Algo dizia a poderosa Judy que ela receberia uma ligação ainda naquela semana... E ela iria, quem sabe, confirmar aquilo que ela riu hoje...

"Quero bater em alguém!"


A raiva de Joline aumentava a cada dia... Além de gritar queria bater em alguém, achava que assim se libertaria, passaria a raiva. Mas ela não passava... Esmurrava seu travesseiro a noite e nada, gritava nele e nada mudava. Não sentia mais amor pelo ex, sentia um misto de pena e piedade, sabia que ele voltaria correndo para ela no menor sinal de tormentas com a sua atual e ela iria ajuda-ló, para mostra que não é igual a ele.

Sentia raiva também de suas amigas, elas haviam deixado ela em um péssimo momento. "Quando precisei me deram as costas..." pensava e sua raiva aumentava. Ainda bem que tinha sua "gang", eles a deixavam bem, seu pretendente mais forte cuidava dela mesmo longe.

A raiva amenizava com o clima, parecia que na chuva acalmava um pouco, mas ainda estava guardada. Precisava de uma só faísca que tudo voltava, um imagem, uma palavra.

Seu ex livaga esporadicamente, o que dava raiva e trazia lembranças a sua mente... Seu pretendente ficava chateado pois sabia que ela ainda sentia algo. Mas ele não sabia que o que ela sentia por ele era mais forte.

Queria socar algo para se libertar... Mas não deixavam...

Wild Rose


Elisa queria fugir, olhava pelos vidros do ônibus sem janela da faculdade, agradecendo por ter saído da cidade que morava e amaldiçoando o ônibus por não ter janelas. Queria o vento e a chuva no seu rosto, como não podia, observava a cerração, aquela cortina cinza que não deixava ela enxerar as serras da cidade pela qual passava.

Algumas lágrimas teimosas escorriam pelo seu rosto, queria que alguém, sem ser ela, pudessem enxuga-lás. Dois rostos vinham na sua mente, infelizmente, eles estavam longe dela. Sentiu-se feliz pelo fato de ter saído da cidade que tanto causava dor nela, entrou em contato com a natureza, sentiu-se renovada, mas agora, na volta de casa, não estava mais feliz. Queria ficar lá naquela cidadezinha calma e cheia de natureza.

Passava por cidades que ela conhecia e por uma em especial que lhe trazia lembranças, lembranças que ela não queria apagar, mas precisava superar... Nos seus fones uma banda falava algo que ela não entendia, parecia japonês, só entendia que falavam algo relacionado ao coração. Para entender essas coisas não precisava ser na língua dela.

Ela escrevia no vidro embaçado a frase em francês "Protège-moi", proteja me... Mas, proteger de que ou de quem? Em outro canto do vidro tinham "Running up that hills", correndo colinas acima... Porque ela queria correr pelas colinas? Sua mente fervilhava, queria dormir, mas ela fechava os olhos mas não conseguia, não achava posição e nem seus companheiros da faculdade deixavam.

O ônibus estava tomado pela escuridão, quebrada apenas pela indicação das cadeiras e pelos faróis dos carros que cruzavam com o ônibus, Elisa queria escurdão completa, isso a acalmaria. Queria alguém... Rabiscou uma coisa na janela... Seu apelido, que ganhou por conta de umas música que ela gostava, Wild Rose... Rosa selvagem. Ela era selvagem e sempre foi...

Pegava o celular, queria ligar para alguém, mas não podia... Não tinha área, queria dormir, queria cortar cada milimetro de seu corpo para se libertar de uma prisão, a prisão que era ela mesma...

Fugir, era o que vinha na cabeça dela, mas não podia. Olhava para a cadeira da frente onde sua amiga tentava se acertar com o menino que gostava... Pensava no amor, não via futuro neles mas não se metia. Olhava pela janela, queria está correndo no meio do mato como havia feito pela manhã. Sua cabeça rodava...

Elise queria seu outro celular, mas havia emprestado ao seu companheiro de poltrona, estava apresentando a ele o mundo do "gótico" do Nick Cave... Seu Deus pessoal como brincava. Na sua cabeça rodava uma frase de outra banda que gostava, Placebo, que dizia que Almas gêmeas nunca morrem... Onde estava a alma gêmea dela? Será que era ele ou outro?

Um solo de guitarra conhecido lhe chamou atenção e ela agradeceu por ser o que ela esperava, Offspring... Perfeito, agora entenderia o que estavam falando. Ainda queria fugir... Mas não podia.

Na sua mente rodava as frases em inglês... SOULMATES NEVER DIE... THEY CALL ME WILD ROSE...

Não queria ir pra casa, mas já não se sentia muito bem, queria vomitar, dormir, abraçar seu irmão e seus pais... Mas não queira ir pra casa, não queria que a viagem acabasse.

"Eu queria ter o seu anjo esta noite"


Maria sentia-se só. Tinha amigos, tinha seus familiares junto a ela, mas, mesmo assim, sentia-se só. Um dos seus amigos mais queridos estava longe dela, seu ex-namorado parecia querer afronta-la, seu melhor amigo iria viajar e a deixaria só... Apenas os colegas e alguns amigos da faculdade estavam com ela, mesmo assim estava só.

Sua casa não era a "sua" casa, o coração dela não estava lá... Esteve por muito tempo, agora, nem ela sabia onde ele estava, parecia que uma parte estava com seu amigo querido, outra com seu melhor amigo, outro com seus avós e uma parte, cada vez menos, com seu ex. Ainda gostava dele, cada dia menos como namorado e mais como amigo, e sentia falta dele, mas se ele tinha que escolher entre ele e ela, ela preferia a si. Queria pegar o primeiro vôo para ir atrás do seu amigo e o primeiro ônibus para ir a casa de seu melhor amigo e de seus avós. Queria ir para qualquer lugar, menos pra casa.

Seus amigos a animavam, seus pais também, mas ela queria algo a mais... Nem ela sabia o que era isso, mas queria desesperadamente. Ligava para seu ex, apenas para ouvir a voz dele, e, pelo que ela entendia, ele fazia a mesma coisa as vezes com ela... Ela estava confusa; ainda queria o ex, mas, cada dia crescia a vontade de ter o amigo querido.

Confusa, acho que essa seria a palavra que a descreveria naquele momento. Maria seguia o conselho de uma das suas amigas da faculdade, saía com seus amigos cada vez mais, tentava esquecer o ex, mas algo sempre o trazia a sua memória, as vezes era apenas um telefonema, outras uma foto... Havia sempre algo e isso a machucava. Parecia uma masoquista louca, que cada dia mais se machucava... Mas ao contrário dos masoquistas, ela não sentia prazer, só um burraco no peito, o seu amigo querido, que ela chamava de H, ajudava ela a se curar... Ela gostava mesmo dele, só não havia ido correndo para os braços dele, pois não tinha dinheiro.

Todos os dias ele dormia com ela, mentalmente. Ela quase podia sentir a respiração dele no seu pescoço e seus braços envolta do seu corpo... Parecia até loucura, mas ela sentia e não podia contar a ninguém, pois não acreditariam e reprovariam o sentimento dela.

Maria reprimiu várias vezes seus sentimentos. algumas vezes por medo, outras para se proteger de algo... Ninguém sabia do que ela tinha medo... Nem mesmo ela. Um belo dia, resolveu voltar para a terapia, fazia bem a ela, finalmente tinha com quem conversar... Pessoalmente, pois nem com seus pais e amigos conseguia sempre manter um diálogo.

Ela melhorava a cada dia, mas sempre dizia que tinha que ser um dia de cada vez... Manhã após manhã, tarde após tarde, noite após noite... Era um processo delicado, a própria terapeuta havia alertado isso a ela, precisava de toda a atenção nesse momento delicado. Já ela, queria férias dela mesma, das aulas, das loucuras... Férias de sua vida.

Um dia ela sonhou que tinha asas, belas e grandes asas brancas... Sonhou que era um anjo diferente, um anjo vestido de negro e que a voz de Deus parecia com a voz de Nick Cave e ela tinha o poder de se mover pelos locais na velocidade que desejasse. Quando percebeu isso, foi para o lado de H... Entrou no quarto dele e sentousse perto de sua cama, assistiu ele dormindo e teve paz pela primeira vez em algum tempo. Foi a casa do ex e o viu inquieto na cama... Parecia que estava tendo um pesadelo, ela pousou a mão na sua testa e ele acalmou-se e abriu um sorriso. Ela permanecia calma, mas seu coração havia disparado quando o viu inqueito. Voou para a casa do seu melhor amigo que estava arrumando as malas, o observou por uns instantes e voltou para a casa de H, agora ele estava inqueito... Falava algo que ela não consegia entender enquanto dormia, mas podia sentir a dor na voz dele, entendeu que ele chamava seu nome e que dizia que a amava e que não queria que ela fosse embora.

Ela deixou algumas lágrimas caírem e pousou a mão na testa dele, como fez com o seu ex, mas ele não se acalmou, então ela deitou-se ao seu lado e o abraçou. Se ele abrisse os olhos iria encara-lá nos olhos também; com o abraço ele acalmou-se um pouco e a envolveu com seus braços, ela o beijou na testa e o aconchegou no seu peito... Finalmente ele acalmou, mesmo assim ele disse algo que ela entendeu como "Obrigada por está aqui comigo". Maria, o anjo Maria, não tinha coragem de solta-lo... H era importante para ela, assim como seu ex, que agora também dormia calmo.

Ela acordou com seu despertador, mas sentiu algo diferente... Parecia que... Não era possível que isso fosse... Deixou a idéia, segundo ela, louca e idiota e humanamente impossível, de lado mas ainda sentia algo estranho. Recebeu uma ligação no meio do dia que a assustou, era seu ex dizendo que havia sonhado com ela e ela era um anjo que o salvou dos meus monstros pessoais. Ela riu e eles conversaram um pouco. Quando desligou não demorou muito para seu telefone tocar novamente. Desta vez era H.

Ele lhe contou que havia sonhado com ela e ela era um anjo... Que ele estava tendo algum sonho ruim mas que ela havia ido ao seu encontro e que tinha ajudado ele, havia "salvado" ele de algo muito ruim, que ela tinha um colo macio e que o reconfortou. Neste momento ela notou, seu sonho parecia com o sonho deles.

Sua estranha sensação poderiam ser... Asas?

"O que você ver?"


A lua Cheia vigiava as duas figuras na borda do lago negro

- O que você ver Lucy?? - perguntava Milosh ainda segurando a mão dela, ele podia sentir seu calor... Calor que nunca mais teria. - O que você está vendo? - insistia.
- Vejo uma mulher... E elas se parece comigo... - disse finalmente Lucy como se estivesse em transe. - Ela está fugindo de algo... As pessoas estão correndo atrás dela, parece que querem mata-lá!

Lucy havia sonhado com aquela cena noites passadas, e sempre acaba num paredão de pedras... E ela acordava gritando por alguém ou por algo, nem ela mesma sabia o que era. Ver aquela cena diante dela novamente, a assutava. Mas, ela ficava mais assustada ainda pelo fato do estranho saber o nome que ela receberia da mãe, se a mesma não tivesse cedido as vontades do pai de Lucy e botado este nome. - Maldito fã dos Beatles! Me dá esse nome só por conta da música... - sempre pensará assim, preferia o outro, pois ele a deixava confortável.

- O que mais está acontecendo? - perguntou novamente Milosh com ansiedade na voz.
- Ela está correndo em direção a um paredão, ela está encurralada! Agora ela está olhando para o céu e estendendo a mão... - Neste momento Lucy estende a mão e toca a ponta dos dedos no espelho d'água... - MILOSH!!!! ME AJUDE, MEU AMOR!!!!!! - gritou com um leve sotaque francês - ME AJUDE POR FAVOR!!!!
Ele a puxou, pois ela estava caindo no lago e naquela lembrança tão degradante. - Você pensou em mim antes de te capturarem... Você realmente me amava... - disse para si - Como pude duvidar disso? - a culpa o corroia...

Lucy havia desmaiado logo após ter sido puxada e estava voltando a si - Onde estou? - disse com o sotaque francês - Milosh? É você?
- Sim minha querida, você está segura! - respondeu o homem com um sorriso que lhe revelavam seus dentes muito brancos, a mulher retribui-lhe o sorriso, ela já não era mais Lucy e sim Angelique...

"Deixem que eu grite!"


Ela aparentava ser uma menina calma, e o era, mas, a alguns dias, andava com muita raiva. Joline havia acabado um relacionamento, onde ela saíra machucada, tinha sido trocada, apesar dele dizer que não fora, por outra garota que ele nem havia visto pessoalmente. Ela não gostava disso, ainda gostava dela, diria até amava mas essa palavra já não cabia mais no contexto, mesmo ela sempre desejando o a felicidade dele, achava que ele estaria melhor com ela... Mas ela se dava uma nova chance de ser feliz, já tinha pessoas em vista, homens e mulheres, Joline não se importava com o sexo da pessoa.

Era obrigada a ver declarações de amor para a outra, de escutar que ele excluiria ela de várias coisas, ela pensava que ele iria exclui-lá da sua vida e isso doia no coração dela, no final isso não havia ocorrido até o momento. Da vez mais recente que haviam se visto ela ficou mal, deprimida, com vontade de morrer, coisa de dois dias depois desse encontro ele a liga e diz que não deveria ter deixado ela, que estava sofrendo, que estava só, isso a abala, tempos depois ele diz que não era para ter contado isso a ela e desliga o telefone. Ela fica confusa, para ela, isso provava que ele ainda sentia algo por ela. Com o tempo isso, de certo modo, passou, ela estava cansando de esperar por ele, estava perdendo oportunidades de ser feliz, de viver novamente, de ser quem ela era. Voltava aos poucos mas ainda sentia que não estava 100% que ainda faltava algo.

Arrumou novos amigos, aparentemente, os velhos haviam esquecido ela. Se sentia bem com os novos, faziam com que ela risse e se sentisse querida, podia falar com eles sobre tudo, na verdade, quase tudo. Um dos membros da sua nova "gang" estava passando por algo parecido com que ela estava passando, mas ele permanecia na carência, ainda não havia achado outra pessoa por quem pudesse se interessar, até tinha ensaiado algo, mas ele não suprimia nem um terço do que precisava, ela por sua vez havia encontrado duas pessoas, um homem e uma mulher, e , havia um outro homem que havia pedido a Joline para deixar ele tentar curar a tristeza que ela sentia. Estava se divertindo sem ele, o ex, apesar de sentir falta dele em alguns momentos.

Um belo dia, ela foi procurada por um desses amigos para ajuda-lo a resolver um problema amoroso, apesar de não está recuperada totalmente, ela escutaria e ajudaria. O membro contou que agora que estava feliz, livre e se divertindo, o ex-namorado havia reaparecido e pedindo para voltar... Ainda existia um sentimento pelo ex, explicava o membro da "gang" que ela havia formado involuntáriamente, e não sabia como iria proceder... Gostava da liberdade que tinha agora e ao mesmo tempo queria voltar, estava com a mente confusa e queria que ela ajudasse a clarea-lá. Ela se imaginou naquela situação e ficou com raiva, mais do que a que já carregava no peito. Disse para ponderar bem, ver o que realmente queria e assim se decidir e que ela iria ajudar em tudo que pudesse.

No meio de uma conversa havia comentado com outro membro e uma amiga o fato de, num futuro, ocorrer isso com ela e recebeu em troca a síntese da preocupação. Eles havia dito que não se preocupasse com isso, pois se ocorresse ela ficasse tranquila e que não voltasse e se voltasse que fizesse exigências e que cobrasse que ele cumprisse todas. O seu amigo havia lhe dito algo que havia tocado o coração, ele a alertou para o fato de haver outras pessoas que se interessavam por ela, que queriam o bem e a felicidade dela, ali, debaixo do nariz dela. Sua amiga disse que isso era um aprendizado e que iria se saiber muito bem nele e que ela fosse ser feliz e aproveitasse a vida.

A raiva de Joline diminuia e aumentava, como uma progressão, até que um dia passou. Ela ainda estava "só", mas tinha seus pretendentes. Estava bem, calma, serena, mas viu viu algo que a abalou, mais uma declaração... Ela quis gritar a plenos pulmões para ele que a garota não iria fazer nem metade do que ela havia feito por ele, que um dia ele voltaria correndo para ela e ela o esnobaria, que ele sentiria mais falta dela que tudo, que ele ainda devia dinheiro a ela e que ela o queria, que ao invés de gastar com aquelazinha a pagasse, que devolvesse as coisas dela que estavam com ele... Infelizmente não o fez, para ela soaria muito prepotente e ela não era assim.

Ficou com aquilo guardado, de certo modo não incomodava muito... Mas precisava gritar, só não sabia como...