Angelique e suas Facetas

A história de Angelique e suas muitas facetas...

Olhos tristes e riscos azuis



Um, dois, três. 
Contava ela enquanto desenhava.
Um, dois, três...


Ela gostava de desenhar, até podia-se dizer que adorava. Ele estava sentado na sua cama à observando...
Seus olhos eram tristes apesar de fazer algo que lhe dava prazer, 'será que foi algo que eu fiz?' pensava o seu namorado.


Um, dois, três...


'Não gosto de vê-la assim, o que será que aconteceu?' pensava ainda enquanto a madeira da mesa dela ganhava traços delicados azuis, ela tinha olhos fixos no desenho, fixos e tristes...


Fixada no desenho, a garota deixava a mente voar.
- Será que um dia poderei ser uma tatuadora? - perguntava enquanto traçava linhas azuis, sem tirar os olhos da mesa.
- Você será o que quiser, amor. - respondia ele ainda preocupado.


Um, dois, três...


- Acabei, agora é sua vez. - disse ela com uma voz sem esconder a tristeza.
Ela levantou-se da cadeira, lhe deu um beijo e sentou-se com o notebook no colo, sem levantar os olhos tristes.
'O que eu fiz? Por que ela tá assim?' pensava seu namorado.


Nem ela mesmo sabia, esse era, como uns diziam, o normal dela. Apenas via imagens que desgostava na mente, pensamentos tristes...


A unica coisa que ela queria era que essas coisas ruins fossem embora em..
Um, dois, três...

O doce aroma


Luiza estava com os olhos brilhantes, havia recebido o seu mais novo mimo. Ela havia se dado como prova de que queria uma trégua, um tempo de todo seu ódio por ela mesma. Uma trégua...


Com o mimo no colo, protelava em abrir a embalagem, alisava-o, degustava com o olhar até que abriu a embalagem, foi lentamente tirando o plástico que protegia-os... Olhava com calma, via se não havia amassado.


Ao remover todo o plástico, ela se deliciava com o seu mais novo livro. Folheava com calma, sentindo aquele aroma de livro não lido, ele tinha sede de ser lido e ela tinha sede de lê-lo. Ela sorvia cada letra impressa no papel branco, até que...


Uma da páginas é tingida de vermelho, um vermelho carmim, um vermelho sangue. Rapidamente ela leva o dedo indicador a boca para parar o sangramento, o gosto é bom... Não tão bom quanto o cheiro que ela sentia. Uma mistura de livro novo e sangue...