Angelique e suas Facetas

A história de Angelique e suas muitas facetas...

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Dia-a-dia de Vitorike

Era uma manhã de sol, com o todas as outras naquele mês, quando Vitorike acordou. Seus olhos ainda estavam um pouco inchados por conta da noite anterior mas nada que uma maquiagem pudesse esconder, tomou um banho demorado, examinando cada milímetro da sua pele... Tudo estava lá, terminou o banho, se maquiou e sorriu. Se arrumou e saiu para andar um pouco e depois ir trabalhar. Trabalhou, riu, brincou, fez tudo isso com um sorriso no rosto de dar inveja à qualquer um.


Porém sua vida era uma mentira. Não uma pequena mentira e sim uma grande mentira.Todos os dias ela vestia uma fantasia de pessoa bem relacionada, o que na verdade era, e bem sucedida e, acima de tudo, feliz e sem grandes problemas.


A realidade é que Vitorike não tinha amigos, passava horas na frete do computador tentando fazer-los, isso fez com que ela tivesse contatos bons. Esporadicamente ela utilizava esses contatos em busca de algum tipo de prazer noturno. Todos os dias, depois do trabalho que odiava, voltava para casa, abria uma cerveja e se sentava na frente do computador ouvindo algo como Bahaus ou Sisters of Mercy.  


Ela chorava constantemente pois se sentia mal, sozinha, fraca, feia e infeliz. Pouco tempo depois descobriu que ela tinha uma doença chamada distimia que fazia ela perder a alegria de viver aos poucos e fosse cada vez mais rigorosa com o próprio corpo fazendo com que ela exigi-se de si mesma a magreza tão cultuada pelos modelos impostos pela sociedade e pela sua família (essa havia dado um tempo desde que ela havia ido morar em outro estado) o que fazia com que ela se castigasse por não atingir aquele modelo tão idealizado. Pequenas e quase imperceptíveis linhas vermelhas podiam ser vistas em suas pernas e barriga.


Mas todos os dias ela vestia a sua fantasia de mulher feliz, de pessoa que está bem e não tinha problemas e ia lutar com seu bando de leões diários; Entretanto um dia ela não vestiu aquela fantasia, será que as pessoas notaram isso?


E ela suspirou...

Sair e sentir a liberdade, mas com um peso na mente de que estar fazendo as coisas corretamente e não é reconhecida. Ter o peso do cansaço nas costas, é suspirar e deixar uma lágrima escorrer no rosto.


A vontade de correr para bem longe aperta, a lembrança de alguém querido se mantém na mente e impede de fugir, mais lágrimas escorrem pelo rosto. É lembrar-se que tem que voltar mesmo sem querer...


É complicado ter ideias jogadas na mente que o erro esta com você e não com os outros, é se sentir doente e estar doente e nada ser feito. É ter que olhar, fingir um sorriso e dizer que tudo está bem enquanto só se quer chorar, é ter poucos momentos de mais puro relaxamento e felicidade pura.


Sentir essa felicidade pura se torna complicado, sente-se uma felicidade, não a pura, mas uma impura enquanto se estar só. Se olha nos olhos da pessoa e só se ver tristeza e essa tristeza lhe contamina como um vírus que não se pode combater.


Acusações, réplicas, tréplicas, silêncio... Sim, tudo acaba no silêncio da parte mais fraca, mais uma lágrima escorre no rosto e a parte mais fraca se encolhe em sua insignificância. Cabisbaixa, olha para o chão enquanto anda com medo de tropeçar e cair de novo, a pessoa que a segura não está lá.


E suspira, suspiro longo e doloroso que corta sua garganta e lhe impede de derramar mais lágrimas, olha uma foto e diz que não vai desistir por conta dessa pessoa. Pensa que amanhã tudo vai melhorar... Tudo vai melhorar... Tudo tem que melhorar...