Angelique e suas Facetas

A história de Angelique e suas muitas facetas...

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Uma carta não endereçada...

Faz tempos que essa carta me ronda a mente, a estante, a mesa e todos lugares possíveis. Ela não me deixa esquecer o motivo de não te-la enviado... Ela é mais ou menos assim:


Oi! Quero te dizer uma coisa...

Essa será, provavelmente, mais uma das dezenas de cartas/bilhetes/notas que eu te escrevo e nunca tenho coragem de te entregar. É capaz de só lhe  mostrar a existência desses papeis quando vinher me ver, mas sei que isso não correrá, não mais. Infelizmente eu fico te esperando tocar a campainha, dizer que tinha saudades e que quer ficar comigo, para sempre... Nunca isso ocorrerá...

Eu gosto tanto de você aponto de dizer que te amo e que quero ficar com você, só precisa que você abra seus olhos. Quero, como o Chris Martin canta em meus fones, te 'consertar' e que você faça o mesmo comigo, pois gosto de quem sou quando estou com você, de como você descobriu o meu sorriso secreto, aquele meio tímido meio sacana meio eu meio você, e como eu consegui descobrir o teu. Gostava do modo que nossas bocas se procuram, assim como nossos olhos e como elas não gostam de ficar muito tempo.

É, acho que quero você para mim. Te quero para conversar, ver filmes, almoçar, rir e dormir abraçados. Quanta vezes, quando me dei conta, vi que havia discado teu número  nomeio da noite para pedir que vinhesse ficar comigo por estar com medo dos meus próprios demônios ou apenas para dizer que sinto falta de você? 

Sim, isso tudo parece e é uma grande besteira mas quero te conquistar um pouco a cada dia, te dar colo, carinho, abrigo e tudo aquilo que encontrei em você...Queria que você me visse como uma Mulher-Maravilha, uma super-heroína que irá te proteger e cuidar de ti, e ao mesmo tempo como uma mulher frágil que precisa de proteção.

Mas uma vez a campainha toca e não é você, fico esperando um sinal, ma ligação, uma mensagem e, até, uma surpresa, você chegaria e diria daquele seu jeito: Oi. Mas isso não ocorrerá mais, não é? Na verdade nunca ocorreu.

Lembra de quando conversamos? Você estava tão cansado e triste mas a medida que a conversa de desenrolava você se animava, se sentia melhor e relaxava... Acho que provoquei algumas mudanças na tua vida e você na minha... Então let me try fix you...

"O que eu sou para você?"

A casa estava silenciosa, só se ouvia a Norah Jones perguntando "O que eu sou para você?", enquanto aquela garota que ninguém se importava em saber o nome estava deitada no sofá olhando para o teto de madeira de sua sala com uma taça de vinho na mão.


Nem ela sabia como se chamava, tivera tanto nomes, mais um não faria diferença, bebia o seu vinho na esperança que sua campainha ou telefone tocasse e fosse alguém especial... Suspirava tentando afastar esse pensamento bobo da mente, ele não iria ocorrer, ela estava começando a aceitar que ele não gostava dela do mesmo jeito que ela, isso doía no coração já tão machucado dela.


Levantou-se, trajava apenas uma calcinha e um casaco preto, colocou a taça na mesinha perto do sofá, esticou-se um pouco e resolveu ligar a TV para procurar algo para se distrair, desligou o som, mas a Norah Jones mostrava o que ela queria perguntar a ele... O que ela era para ele?


Bocejou um pouco, foi ao banheiro e viu que sua maquiagem estava saindo, lembranças do dia de ontem? Das tentativas de parecer bem e feliz? Tentativas de parecer bonita? Nem ela sabia, nem ela...


Voltou a sala, desligou a TV e ligou o som novamente, sim... Só a Norah Jones a entendia nesse dia.