Angelique e suas Facetas

A história de Angelique e suas muitas facetas...

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Telefonema da Figura Maior e a certeza

A Figura Menor respirava com dificuldade, aquela mão calçada numa luva cirurgica no seu rosto não lhe permitia receber o ar necessário. O medo estava estampado nos olhos dela, onde estava a Figura Maior nesse momento? Ela sentia o bisturi correndo por sua pele, lutava para puxar o ar, mas a mão não lhe deixava.


Em todo momento ela ansiava a mão da Figura Maior para lhe dar força e coragem. Assim que acabou aquela intervenção, passou um tempo se recuperando até que o seu celular tocou. Quando olhou, era aquela pessoa que tanto ansiava.


- Alô?
- Como foi lá?
- Foi bem, estou me recuperando.
- Que bom! Viu? Não havia motivo para ter medo.


A Figura Menor sorriu, conversou mais um pouco e desligou o celular. Uma nova vida começava.


Apesar de ainda ter pontos no corpo, a Figura Menor resolveu sair, um dia pra ela, sem outra figuras. No local ela mandou uma mensagem para a Figura Maior, mas em poucos instantes esqueceu da mesma. Estava impressionada com o lugar, fazia muito tempo que não ia lá.


Passam-se os dias e as Figuras sempre conversam, mas se encontram. A Figura Menor fica com o coração apertado por conta disso e nota que a Figura Maior também fica. O vento sopra na janela enquanto elas conversam.


Os dias se seguiam, mais rápido do se imaginava. Já era o dia de tirar os pontos. Rápido, indolor. Mas lá estava ela, só. Não se importava mais, pois a Figura Maior estava em um local que nunca poderia sair... Ao menos que ela quisesse.


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Peço perdão a todos a demora. Muitas coisas estão acontecendo na minha vida. E a saga continua.

O telefonema


O telefone toca
- Alô? - responde uma voz masculina.
- Que bom que você atendeu, queria tanto ouvir sua voz! - responde uma voz feminina carregada de dor.
- O que houve?
- Nada demais, apenas queria ouvir sua voz.
- Você não está falando toda a verdade - ele sabia o que falava, conhecia aquela garota muito bem e sabia que ela escondia algo. - Me diga o que aconteceu.
Do outro lado da linha ouviu-se um suspiro profundo e silêncio...
- Fui obrigada a fazer uma faxina no meu quarto e não estava ainda preparada para isso... - Começou ela a dizer - As feridas ainda estão abertas e ainda sinto dor...
- Porque você fez então isso se sabia que iria lhe causar dor?
- Fui obrigada, achavam que se eu conseguisse fazer isso as coisas se organizariam... - a voz dela estava triste e isso o deixava inquieto por está longe e não poder ajudar.
- Queria que você estivesse aqui, ia me ajudar tanto... Queria que você vinhesse para cá. - Ela disparou antes que ele pudesse dizer algo.
Eles tinham uma química impressionante, um gostava do outro, mas não podiam viver uma história juntos, ambos estavam presos a outra pessoa... Ela, apesar de solteira, ainda amanva o ex e ele ainda estava namorando, mas a garota morava em outro estado, assim como ela.
- Também queria está ao teu lado, iria te ajudar de algum modo e iria ficar feliz e ia te fazer feliz. - Disse ele por fim.

Conversaram sobre futilidades, falaram do tempo, de filmes e de livros.
- Nunca te contei, mas sonhei com você um dia desses. - Disse ela do nada.
- Verdade? Quando? - perguntou ele.
- Lembra daquela vez que eu te mostrei a foto do teatro? Pronto sonhei depois disso.
- Me diz como foi esse sonho.
- Eu estava estudando ou escrevendo, não lembro ao certo, a campainha tocava e meu pai ia atender e instantes depois ouvia meu pai me chamar, não havia ouvido outra voz pois estava com meus fones ouvindo música. Dei uma arrumada na minha roupa e fui, foi aí que te vi... - ela fez uma pausa, já não tinha dor na sua voz, mas ainda existia fragmentos de tristeza.
- O que aconteceu depois?
- Eu corri para seus braços dizendo "É você! Você veio me ver! Você veio!" e você olhava para mim e dizia "Seu sorriso é mais bonito pessoalmente, você é muito mais bonita pessoalmente" e me abraçava, me abraçava e um jeito que eu não queria mais sair dele e você não queria me soltar. As lágrimas rolavam dos meus olhos, lagrimas de felicidade por que você estava lá comigo, você foi atrás de mim! E você as enxugava e dizia que estava alí pra me fazer feliz, pra cuidar de mim... - A voz dela falhou nesse momento.
- Por qual razão você não me contou isso antes? - Ele estava confuso, isso fazia semanas que ela havia sonhado isso...
- Porque tive medo.
- Medo de que?
- De parecer uma idiota.

O silêncio deles durou alguns minutos, se ele não estivesse longe, iria correndo pegar aquela garota nos braços e segura-lá com tanta força para não deixar ela escapar. Ela sofria e ele sabia disso e nada podia fazer, a animava e confortava, não era a primeira vez que queria pega-lá no colo. Mas, era a primeira vez que ele ouvia ela dizendo que sonhará com ele e só com ele.
- Preciso ir, já tomei muito tempo seu - disse ela por fim
- Não, você não tomou meu tempo, sempre é bom falar com você. Ouvir sua voz...
- Pra mim, ouvir sua voz faz com que uma tempestade interna pare e se converta em uma brisa primaveril. - Disse a garota. - Vem me ver, por favor! - Era uma ordem misturada com desejo.
- Eu quero, vontade não falta...
- Preciso ir, amor...
- Fica bem, por favor, fica bem.
- Estou tentando ficar...
- Eu te amo.
- Eu também te amo, obrigada por me amar.

Ela havia desligado ao dizer essas palavras, ele olhava para o telefone, será que ela estava realmente tentando ficar bem?