A casa estava silenciosa, só se ouvia a Norah Jones perguntando "O que eu sou para você?", enquanto aquela garota que ninguém se importava em saber o nome estava deitada no sofá olhando para o teto de madeira de sua sala com uma taça de vinho na mão.
Nem ela sabia como se chamava, tivera tanto nomes, mais um não faria diferença, bebia o seu vinho na esperança que sua campainha ou telefone tocasse e fosse alguém especial... Suspirava tentando afastar esse pensamento bobo da mente, ele não iria ocorrer, ela estava começando a aceitar que ele não gostava dela do mesmo jeito que ela, isso doía no coração já tão machucado dela.
Levantou-se, trajava apenas uma calcinha e um casaco preto, colocou a taça na mesinha perto do sofá, esticou-se um pouco e resolveu ligar a TV para procurar algo para se distrair, desligou o som, mas a Norah Jones mostrava o que ela queria perguntar a ele... O que ela era para ele?
Bocejou um pouco, foi ao banheiro e viu que sua maquiagem estava saindo, lembranças do dia de ontem? Das tentativas de parecer bem e feliz? Tentativas de parecer bonita? Nem ela sabia, nem ela...
Voltou a sala, desligou a TV e ligou o som novamente, sim... Só a Norah Jones a entendia nesse dia.
Amy estava irritada, viu algo que não gostou, uma simples foto que a irritou. Era apenas uma simples foto com duas pessoas... O rapaz que ela gostava e uma outra mulher... Ela, irritada, acendeu um cigarro contra a vontade, estava tentando se acalmar.
Olhou de novo a foto como se quisesse ser uma masoquista burra. Notou um sorriso um tanto falso, um pouco como se perguntasse: O que raios faço aqui e porque estão me fotografando? Mais uma vez sentiu uma raiva crescente novamente... Raiva.
Uma música que diz "eu tenho fé que um dia eu voltarei..." Ela dá uma tragada forte e profunda, absorvendo mais fumaça e nicotina. Na vã esperança de se acalmar, funciona por alguns instantes, mas depois a sensação vota mais forte.
Ela resolve tentar se acalmar, mas antes escreve algumas palavras... Briga, surta, joga na cara das pessoas seus sentimentos. Acalma-se um pouco, mas não o bastante.
Arrumou o casaco para se esquentar um pouco, Estava frio naquela noite e chuvosa, Nem sua raiva a esquentou o bastante.
Levantou-se com o cigarro na boca, Caminhou até a janela e soltou uma baforada de fumaça, Embaçando o vidro.
Andou um pouco pela sala, Acalmou-se mais... Fumou outro cigarro.
Perdeu-se em pensamentos, Mas as vezes voltava para a foto E a raiva vinha em ondas...
Respirou profundamente... E foi fazer suas coisas e tentou não pensar mais nisso.
Apenas uma menina madura que tem pesadelos quase todas as noites, que sonha em adormecer de mãos dadas a alguém para não ter esses sonhos ruins. Ela é uma garota que dá vazão aos sentimentos.
Sem cabelo verde e tatuagem no pescoço, com um rosto novo e um corpo talvez feito para o pecado, nada de salto quinze ou saia de borracha, não era Ana Paula, mas agora é Amanda Morgenstern
Feminina, uma devassa, uma santa, uma easy rider, diva, nerd, memória, pensamento, salvadora, já recebeu vários nomes e várias definições, mas no final é apenas ela mesma, uma eterna sonhadora e lutadora.
"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretenciosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando" Clarice Lispector
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