Havia passado meses, talvez anos, entre a ultima missa que Judy havia assistido e essa.
A bruxa poderosa havia recuperado sua força, mas não 100%, ainda procurava algumas respostas naquele que chamavam de 'o Salvador'. Ajoelhou-se e rezou algumas orações que sua mãe ensinará... Terminadas, resolveu observar as pessoas, parou o seu olhar em uma 'ministra' da paróquia que havia tentado roubar seu lugar no banco.
'Ministra' nunca havia entendido porque desse título. Para ela, esse título remetia a política e não religião. Mas, já que ela era uma 'ministra' do Salvador, ela deveria ser uma boa pessoa, não? Não foi isso que a jovem bruxa viu. Já começou a desconfiar quando ela tentou, sem sorte, roubar o seu lugar no banco, o exemplos se seguiam na hora do sermão do padre, onde este falava de ódio e rancor. Como pode, uma pessoa que se diz emissária de um Deus não prestar atenção nas palavras de seu mensageiro e ainda ficar comentando a vida alheia? Sem contar que ela, praticamente, havia negado a eucaristia a uma senhora que tinha dificuldades de andar... E se dizia serva do seu Deus.
Judy sentiu bastante raiva, ajoelhou-se mais uma vez e pediu perdão ao Deus Uno e a Deusa Una pelos pensamentos, mas, ao ver dela, aquela pessoa não poderia chamar-se de ministra de Deus. Como alguém que está mais interessada na vida dos outros do que na palavra Dele pode ajudar o mundo? Como ela pode ajudar a propagar a 'verdade'? Nesse momento a bruxa lembra porque deixou de frequentar a igreja.
Tentando desviar o pensamento, olhou para o altar e se perguntou o motivo de tantos coroinhas, vários ficavam lá sem fazer nada e não estavam dispostos a seguir os ensinamentos, arcaicos mas ensinamentos, da igreja. Muitos não cantavam, olhavam para o nada enquanto o padre abençoava o pão e o vinho. No fim da missa, acotovelavam os fiéis para sairem daquele lugar. Mas um detalhe chamou a atenção de Judy, o brinco de uma das coroinhas era, exatamente, o mascote da Playboy... Uma revista de 'pecado'.
Mais uma vez, a bruxa se levantou, virou-se e saiu... Teria as resposta, mas aquilo foi demais para ela. Talvez ela voltasse na próxima semana, talvez não... Mas provavelmente voltaria, ainda queria respostas e iria ter-lás.
Apenas uma menina madura que tem pesadelos quase todas as noites, que sonha em adormecer de mãos dadas a alguém para não ter esses sonhos ruins. Ela é uma garota que dá vazão aos sentimentos.
Sem cabelo verde e tatuagem no pescoço, com um rosto novo e um corpo talvez feito para o pecado, nada de salto quinze ou saia de borracha, não era Ana Paula, mas agora é Amanda Morgenstern
Feminina, uma devassa, uma santa, uma easy rider, diva, nerd, memória, pensamento, salvadora, já recebeu vários nomes e várias definições, mas no final é apenas ela mesma, uma eterna sonhadora e lutadora.
"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretenciosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando" Clarice Lispector
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