Angelique e suas Facetas

A história de Angelique e suas muitas facetas...

O fim de uma saga...?



A Figura Menor olhava a tela do seu notebook e não entendia o que a Figura Maior lhe dizia... Olhava, olhava e olhava, mas não via.


Como aquela figura poderia jogar fora tudo que ela, tão pequena, fez? Parecia uma cena de um filme surreal... Tudo havia começado há um mês... Um mês que a Figura Menor havia encontrado a sua felicidade. Ela havia encontrado uma Figura de Óculos que havia domado o seu coração. Um mês que ela conseguia dormir, tinha parado de ter pesadelos e tinha, finalmente, alguém para cuidar dela.


Ela estava cansada daquela velha história de que a Figura Maior estava confusa, que ela havia entendido mal, que eles se gostavam mas não desse jeito... Com uma certa dor no peito, ela fechou o seu notebook sem ao menos dizer tchau, sentou à mesa com seu caderno e começou a escrever o seguinte:


Avalon, Equinócio de Primavera do ano que a Grande Mãe nos deu


Cara Figura Maior,


Queria te dizer tudo isso pessoalmente, mas sei que não iria conseguir, por isso lanço mão da minha arma mais "mortal", as minhas palavras. Porém ainda gosto de ti e tenho medo de te magoar, o medo que você não teve. 


Queria te perguntar onde estavas quando precisei de um ombro em dias negros que te liguei. Todas as vezes que você me ligou, te atendi, mesmo muito ocupada ou nervosa.
Peço com todo meu coração, não me deixe mais confusa à seu respeito. Já é muito difícil me entender, te entender seria pedir o impossivel.


Gostaria de te contar uma coisa:
Estou feliz com ele, acho que estou sentindo a felicidade que eu não sentiria se estivesse com você e agora você me confunde?


Desculpe-me mas a chance foi dada e chance perdida não volta. E você a perdeu.
fi
Até algum momento,
F. M.


PS: Ainda tenho apreço por você, peço que não tente estragar isso novamente.


Colocou em um envelope, fechou, lacrou e colocou na bolsa;


No dia seguinte, encontrou a Figura Maior. Ela, a Menor, estava acompanhada pela sua Figura de Óculos e sorria como se todas as suas dores tivessem sido dissipadas. A Figura Maior olhou, sorriu um sorriso fraco e amarelado e continuou a olha-lá. Até que ele viu o que não queria, um beijo das duas Figuras, olhou para os próprios pés, suspirou e pensou no que havia perdido.


Por um momento a Figura Menor ficou só e a Maior se aproximou, conversaram e quando ela ia saindo, abriu a bolsa e tirou a carta da bolsa:
- Você sabe o que fazer - disse entregando a carta, ela tremia um pouco, nas mãos da Figura imponente que a olhava -adeus.
Ela virou-se e saiu andando como uma deusa, não parecia tocar no chão, parecia deslizar...


A Figura Maior viu a Menor se distanciar incapaz de mover-se, viu ela indo... Indo... Assim que ela desapareceu, pegou o envelope, cheirou e viu que ele tinha o cheiro dela, abriu e retirou o papel, do envelope caiu uma pena de pavão. Leu a carta.


Em choque não conseguiu entender o significado da pena, até que viu no cantinho da folha, rabiscado com uma caneta de outra cor as seguintes frases:
Uma coisa para lembrar de mim. O Olho do Pavão tudo vê, eu estarei lhe vendo.


A Figura Maior guardou a carta e a pena, olhou para os lados, pagou a conta e saiu. Ainda viu a Figura Menor abraçada com a Figura de Óculos, sentiu uma pontada no peito, mas se controlou. Entrou no carro e ligou o som... Tocava a música da Figura Menor que dizia que bom era ficarem juntos... 


Na sua cabeça uma frase ainda martelava: Você perdeu a sua chance.


Será que um dia a Figura Maior irá notar o que ela perdeu? Será que um dia a Figura Menor dará outra chance?
Só o tempo dirá.